A Queda do Terreno e Restauração do Celestial lll

A QUEDA DO TERRENO E A RESTAURAÇÃO DO CELESTIAL -  III

         Existem pelo menos cinco denúncias que tratamos no estudo anterior que o livro de Jeremias traz para o reino de Judá. São elas: a nação se achava autossuficiente (1); havia um total desinteresse pela voz de Deus (2); não se reconheciam culpados (3); não aceitavam a disciplina para que fossem curados (4) e por último, estavam mergulhados num ambiente de falsa profecia (5). Queremos tratar de cada um desses aspectos para a nossa realidade como igreja nos dias de hoje e o quanto entender essa realidade nos ajuda a prosseguir no pleno conhecimento do nosso Senhor e Sua gloriosa obra.

         Deus está tratando com Judá em primeiro lugar a sua autossuficiência humana. Uma nação que se tornou arrogante, confiante no próprio braço; que se afastava de Deus, sem reconhecer que estava longe, continuando a cumprir normalmente todos os afazeres religiosos que haviam se acostumado. Não à toa o livro é repleto de advertências tais como “Maldito é o homem que confia no próprio braço” (Jr 17:5); "não na sua própria força, sabedoria ou riquezas mas o que se glorie, glorie-se no Senhor” (Jr 9:23-24); “não cabe ao homem o dirigir os seus próprios passos” (Jr 10:23) dentre outras tantas claras advertências. O povo simplesmente não ouvia, caminhando a passos largos para a dura disciplina.

         Uma das coisas mais interessantes é que Deus levanta um profeta chamado Jeremias, que carregava no seu próprio nome a mensagem que o Senhor queria trazer: Yrmi Yahu, dois nomes que juntos significam EXALTADO (Yrmi) por DEUS (Yahu). Muito interessante ver que o nome “Yrmi" sozinho significa exaltar, elevar, erguer, mas também pode significar arrogância, podridão de ossos. Ou seja, SEM DEUS, o que sobra na nossa exaltação humana, terrena é apenas podridão. Só tem sentido qualquer sucesso ou êxito, se isso for algo estabelecido por Deus. Sem Deus, nada podemos fazer que seja útil. “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:7). O quanto antes entendermos e nos esvaziarmos do puramente terreno, melhor, para que possamos ver a verdadeira obra do SENHOR, erguida, exaltada, a qual Ele, por infinita bondade e graça, nos convida a participar. Toda honra e Toda a Glória seja dada a Ele, O Único digno de receber todo o mérito! Um jovem de vinte anos (uma criança) - Jr 1:4-9 - chamado como um profeta, com sua vida totalmente abnegada por 40 anos, mostraria para uma nação que somente a humildade e dependência pode levar ao êxito: “Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor” (Jr 17:7).

         Trabalhos sem o Senhor são vãos e totalmente inúteis. Palavras finais do homem mais sábio do AT, daquele que terminou sua vida dizendo que tudo é vaidade, Salomão: “Se o SENHOR não edificar a Casa em vão trabalham os que a edificam. Se o SENHOR não guardar a Cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127:1)  Jeremias denuncia a nulidade de uma vida fora da obediência: “Todos eles se tornaram estúpidos e loucos, seu ensino é vão e morto, como um pedaço de madeira” (Jr 10:8).

         Meus amados irmãos, não vamos mais dirigir nossa própria vida, entreguemos totalmente ao Senhor o nosso caminho. É muito melhor! Não somos e não andamos como “os gentios é que andam na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus” (Ef 4:17-18) . Se formos fazer algo, diremos “Se Deus quiser” pois sabemos que toda vanglória humana, arrogância e autossuficiência está disfarçada de malignidade diabólica (Tg 4:13-16). Que venha o eterno e que se estabeleça a queda de tudo o que é terreno. Esse é o Reino de Cristo.
Continua…


Pr Marcos Reis


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