A QUEDA DO TERRENO E A RESTAURAÇÃO DO CELESTIAL - IV
Falamos anteriormente da primeira das cinco denúncias que o livro de Jeremias traz para o reino de Judá: a nação se achava autossuficiente, e exatamente por causa disso, havia um total desinteresse pela voz de Deus. E é sobre esta segunda acusação que vamos falar nesse estudo. A nação não aceitava a voz de Deus. Qualquer palavra, por mais profética que fosse, era ignorada se não satisfizesse os seus próprios desejos. Estavam com o coração totalmente endurecidos: "Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos. Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas dizem: Não escutaremos” (Jr 6:16-17)
A palavra de Deus, muitas vezes, vem como um remédio amargo, indo, graças a Deus, de encontro ao que gostamos. Esse remédio tem o poder de curar, de nos dar descanso. Deus não nos comanda absolutamente nada que não seja para o nosso próprio bem: “Dai ouvidos a minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem” (Jr 7:23). Toda obediência é como uma cerca de proteção para nós mesmos. São os laços de amor que nos cercam e nos impedem de cair nos precipícios da vida. Mas o que eles preferiam? A liberdade de governarem suas próprias vidas. E é obvio que isso dava errado, tudo só caminhava para trás: “Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos, mas andaram nos seus próprios conselhos, no propósito do seu próprio coração malvado; e andaram para trás e não para diante” (Jr 7:24). Quantos hoje vivem assim, não avançam, ao contrário, com o passar do tempo ficam mais endurecidos e distantes do alvo. O segredo para avançar é tão simples: deixar de ouvir os seus próprios conselhos e atentar mais diligentemente para a voz de Deus.
Por que persistir no erro? No engano? Continuar na direção errada só nos fará a cada dia estar mais distante, quanto antes o arrependimento, melhor, menor serão os danos. “Por que , pois se desvia este povo de Jerusalém com uma apostasia tão contínua? Persiste no engano, não quer voltar” (Jr 8:5). Precisamos dar ao nosso coração a possibilidade de quebrantamento! A dureza de um coração insensível à voz de Deus é um mal que impede o seu agir. Não podemos jamais negligenciar a voz de Deus. Como foi dito ao povo de Israel, através de Moisés para que eles pudessem escolher entre a benção e a maldição, assim nos é dito. Precisamos escolher a benção e a vida, e não a maldição e a morte. Judá estava perdida porque teimava em andar segundo a dureza do seu coração e se recusava a ouvir a voz de Deus, endureciam a cerviz, não queriam a correção. Estavam desenhando o seu próprio fim.
Como é bom ouvir a voz do Senhor. Quantos povos gostariam de ter o privilégio de ter um Deus verdadeiro que fala ao seu povo os guiando para seu próprio bem. Mais do que o pão que alimenta o homem, vivemos por aquilo que procede da boca de Deus. Querer encaixar a voz de Deus somente naquilo que estivermos predispostos a aceitar é negligenciar totalmente o direcionamento celestial e abraçarmos o natural. Imaginemos a catástrofe que é negligenciar um cuidado tão grande. É claro que essa estrutura teria que vir ao chão, o homem, por si só, jamais conseguirá guiar-se a si mesmo. Que venha o arrependimento e que todos nós tenhamos a certeza de que não podemos viver sem a voz do nosso Senhor.
“Se ouvirdes a Sua voz, não endureça o coração" é a advertência de Hebreus no Novo Testamento. O que espanta em Judá é que mesmo assim, eles não conseguiam se reconhecerem como culpados, a próxima acusação que veremos no próximo estudo.
Continua…
Pr Marcos Reis