A QUEDA DO TERRENO E A RESTAURAÇÃO DO CELESTIAL - VI
Abordamos nos últimos estudos o agir de Deus na necessária queda de uma estrutura terrena, humana, que se mostrava soberba e autossuficiente, totalmente desconectada da voz de Deus, cercada de falsas profecias. Tudo isso culminava em um cenário de não reconhecimento do pecado; absolutamente fora da vontade de Deus, sequer percebiam. Não faltava culto, o que faltava era a vida no culto; o culto verdadeiro. A disciplina de Deus jogou literalmente Judá no chão. A Cidade e a Casa de Deus foram queimadas e o seu povo, castigado, pela espada, fome, morte e exílio. Uma vez que deixaram de manifestar Deus no mundo, já não havia mais propósito para a sua existência. Setenta anos de cativeiro se seguiriam e o povo de Deus aprenderia lições importantíssimas, para que, enfim, dos escombros, Deus pudesse restaurar a sua glória e o seu governo, a partir de Jerusalém. Somente com a queda do terreno, o celestial poderia, enfim, ser restaurado.
A maioria dos cativos se acostumou à nova vida da Babilônia, às conquistas pessoais e ao culto sem sacrifício, sem sangue, sem vida, e simplesmente nunca mais voltou, foram absorvidos pelo mundo. Que clara advertência para nós isso deve significar! Aqueles tocados no espírito, pelo Espirito, aceitaram o chamado para subir: “Se levantaram com todos aqueles que o Espírito do Senhor despertou para subirem e edificarem a Casa do Senhor, a qual está em Jerusalém” (Ed 1:5). “Subir” na Palavra de Deus sempre tem a conotação de sair do terreno para o eterno, para o celestial! Voltar à Jerusalém é deixar o humano, e subir para uma vida no Espírito. Através de homens como Zorobabel, Ageu, Zacarias, Neemias, Esdras, Malaquias, dentre outros, Deus restaurou a glória e o seu governo através da Sua Casa e Sua Cidade.
Primeiro o livro de Esdras vai tratar da restauração da Casa de Deus. A famosa profecia de Ageu fala sobre o propósito dessa restauração: “A glória dessa última casa será maior que a primeira” (Ag 2:9). A restauração da Casa de Deus é o retorno da presença gloriosa Dele que traz a vida para o culto, por isso essa é a primeira ação de toda a reconstrução; é a base de tudo: “Como um só Homem, firmaram o altar e suas bases ainda que estivessem debaixo do terror dos povos” (Ed 3:1-3). Isso mostra que em primeiríssimo lugar, nas nossas vidas individuais, familiares e congregacionais, precisa ser estabelecida a presença de Deus. Deus não tratou, prioritariamente, o terror externo, como às vezes esperamos que Ele o faça; Ele levantou a glória no seu povo. Uma vez restaurada a nossa identidade com Deus, e uma vida em Sua presença gloriosa, nada mais poderá nos impedir de cumprir o seu desígnio. Faz lembrar quando Jesus chama os discípulos, a subir ao monte a fim de que estivessem com Ele em primeiro lugar para que, a partir daí, de uma vida na presença Dele, os enviasse a pregar e exercer autoridade: “Depois, subiu ao monte, e chamou os que Ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então designou doze, para estarem com Ele, e para os enviar a pregar e a exercer autoridade de expelir demônios” (Mc 3:13-15).
Assim é a restauração que o Senhor tem proclamado para esse tempo. Sua glória, a presença de Deus no meio do povo, e Seu governo, a autoridade espiritual de Sua Igreja nessa terra! Vamos subir!
Continua …
Pr Marcos Reis