A Queda do Terreno e Restauração do Celestial VIII

A QUEDA DO TERRENO E A RESTAURAÇÃO DO CELESTIAL -  VIII

Há uma expressão muito importante que se repete em Esdras 3:1 e também em Neemias 8:1: “O povo se ajuntou como UM SÓ HOMEM. Essa frase é o resumo de tudo o que estamos falando a respeito da necessária queda do terreno e o estabelecimento do eterno, do celestial. Absolutamente tudo em nossas vidas só tem sentido e validade, se for feito pelo que chamamos de “homem espiritual”. Somos em essência essa dualidade de terra e céu, uma vez que cremos em Cristo e, ao mesmo tempo, ainda vivemos nessa era, nesse corpo terreno. O natural herdado no nascimento terreno e o celestial, no novo nascimento, em Cristo. Paulo diz que o corpo terreno está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça (Rm 8:10). Esse “Um Só Homem” da restauração é uma figura de Cristo, do homem celestial da nova criação. Todos nós sendo inseridos e sendo Um com Ele. “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17:21). Não há restauração do eterno sem que, deixemos o terreno e nos unamos completamente Àquele que adentrou nesse mundo vindo da Eternidade! 

 Deus tem em Cristo e somente Nele, o compromisso de restauração de tudo! A Aliança irrevogável de Deus é somente NO FILHO. “Ele reconciliou CONSIGO MESMO todas as coisas na terra e no céu” (Cl 1:20). Somos herdeiros dessa glória somente quando estamos Nele, por isso o ajuntar-se num só Homem! O grande desafio é sairmos das nossas realidades individuais terrenas, dessa atmosfera que quer nos prender o tempo inteiro, com o intuito de não nos reunirmos NELE como um só. Um chamado a subir! 

 Esdras vai abordar a restauração da glória de Deus através da Casa e Neemias, a restauração do governo, da autoridade espiritual, através da Cidade e dos muros. Em figura, tanto a Casa quanto a Cidade faz alusão a nós, o povo de Deus. É a restauração em nós da glória e do governo de Deus depois de um longo tempo de cativeiro. O Filho é a glória de Deus vinda ao mundo: “E vimos sua glória, a glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:14); no Filho reside toda a autoridade: “É me dado toda a autoridade no céu e na terra” (Mt 28:18). A restauração de agora não é mais uma saída do mundo, mas uma conversão de toda glória e governo humano, natural, para o celestial, eterno. 

 Quando Jesus chamou os discípulos, ele o fez, no relato de Marcos, com uma particularidade maravilhosa: “Subiu ao monte e chamou os que Ele quis, e vieram para junto dele. Designou doze para estarem com Ele e então os enviasse a pregar e a exercer autoridade de expelir demônios” (Mc 3:13-15). Quanta riqueza em tão poucas palavras! "Subiu ao monte" fala exatamente do ambiente onde tudo começa, no celestial. É para onde estamos sendo chamados! Assim como em Esdras, o chamado se inicia com "aqueles cujo Espírito Deus despertou para subir para Jerusalém” (Ed 1:5); aqui, diz enfaticamente que Jesus "chamou quem Ele quis” para na exata ordem, primeiro, estarem com Ele, e então, manifestar sua autoridade. É a glória e o governo de Deus sendo manifestado em Cristo através da igreja espiritual, Sua Casa, Sua Cidade. 

 Não há glória nem autoridade naquilo que é terreno! Nosso DNA terreno é essencialmente caído, por causa do pecado, mas graças a Deus, temos, por sua morte, o pagamento da dívida que nos era contrária, e por sua ressurreição, a inauguração de uma nova criação eterna, Nele. Que subamos ao monte, como um só Homem, Cristo, e participemos do seu propósito eterno de restauração do celestial!  

Pr Marcos Reis


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