A QUEDA DO TERRENO E A RESTAURAÇÃO DO CELESTIAL - V
Uma nação autossuficiente, totalmente desinteressada pela voz de Deus. Assim era Judá nos seus últimos dias antes do cativeiro babilônico. Ainda assim, mesmo com a insistente vontade de Deus em orientá-los, não se reconheciam culpados. Estavam cercados de falsos profetas que só falavam o que eles queriam ouvir e, por isso, achavam que a disciplina jamais viria. O quanto nos reconhecermos falhos é importante para que possamos avançar na perfeita vontade de Deus e assim termos o deleite de nos alegramos nessa tão gloriosa carreira com Cristo! Como temos nos deixado enganar, continuando a seguir com o entendimento equivocado! "Como você pode dizer que não está contaminada e que não correu atrás dos baalins? Reveja o seu procedimento no vale e reconhece o que você tem feito” (Jr 2:23). Basta uma pequena olhada nos rastros que temos deixado na nossa caminhada para vermos se estamos ou não fazendo fazendo a vontade do Senhor: "E ainda dizes: Eu estou inocente; certamente a sua ira se desviou de mim. Eis que entrarei em juízo contigo, porquanto dizes: Não pequei” (Jr 2:35). As marcas que temos deixado no mundo falam por si só.
A palavra “reconhece”, no seu original, tem um significado triplo: entender, confessar e aprender. Sem entendimento não pode haver confissão do erro e sem confissão não há avanço. A bíblia fala de dois homens que viveram exatamente isso: mesmo desobedecendo a vontade de Deus, achavam que estavam bem. Arão dizendo que “amanhã será festa ao Senhor” (Ex 32:5) mesmo diante de um bezerro de ouro; Saul falando a Samuel, “executei a Palavra do Senhor” (I Sm 15:13) depois de ter feito exatamente o contrário. O pior cenário talvez nem seja o erro em si, mas a cegueira espiritual de estar nele e não perceber. Não reconhecer. Que o Senhor nos ilumine os olhos do entendimento para que possamos compreender.
Quando alguém atinge esse triste estágio, de nem sequer mais ter o entendimento de perceber a sua própria condição, só resta uma alternativa para que possa voltar ao eixo, que no nosso caso é a vontade de Deus: a disciplina. O Senhor sempre nos falará pela Sua Palavra, insistentemente, esperando que entendamos e possamos confessar e aprender. A disciplina sempre será para as costas do tolo, mas quando a medida se enche, ela se torna inevitável: "Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que eu os fundirei e os provarei; pois, de que outra maneira procederia com a filha do meu povo?” (Jr 9:7). De que outra maneira vocês entenderiam? A disciplina de Deus não é castigo para perdição, é proteção para salvação. Se obedecermos a tempo, muita coisa pode ser evitada. Alguém mais experiente em idade pode testemunhar tranquilamente qual o preço da teimosia e quantas marcas hoje poderiam ter sido evitadas.
Falsos profetas são uma praga para o povo de Deus, mas ao mesmo tempo, um juízo para quem rejeita a Verdade "Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo gosta; mas que fareis ao fim disto?” (Jr 5:30-31). Eles só serão amados e aceitos por aqueles que se movem em cobiça, pelos que não suportam a sã doutrina e se apegam à mensagem que satisfaz a carne. Jeremias foi rejeitado pela maioria do povo que preferiu o conforto da falsa profecia. E será que há algo parecido com isso hoje em dia?
Pr Marcos Reis